
Os desafios das marcas para lidar com os consumidores conectados.
O DESAFIO DAS EMPRESAS PARA LIDAR COM OS CONSUMIDORES CONECTADOS NAS REDES SOCIAIS
A internet provocou mudanças na forma de relacionamentos entre a sociedade. As mídias sociais surgiram como espaços abertos para relações entre pessoas e compartilhamento de informações em inúmeros formatos. Origina-se um espaço virtual criativo, onde muitas vezes o próprio usuário torna-se participante de todo esse processo e se transforma em cocriador. Um grande exemplo é o Youtube, onde as pessoas podem criar espaços de debates, trocar informações e compartilhar conhecimentos com outros usuários ao redor do mundo. O Google, também é um exemplo de mídia social que vem crescendo cada vez mais e está criando novas atmosferas de interação e engajamento. Todo o conteúdo divulgado nas mídias sociais é compartilhado nas redes sociais, isso possibilita inúmeros debates entre todos os indivíduos online e suas conexões, trazendo fortes impactos na estrutura social.
Nas redes sociais, podemos experienciar o mesmo processo de engajamento, porém aqui, se tem como objetivo primordial reunir pessoas, criar laços de amizades entre elas. Passamos a assistir a sociedade inserida naquele meio e interagindo umas com as outras, originando novos comportamentos e hábitos. Nesse novo modelo, temos alto fluxo de informações e conhecimento, e automaticamente temos um consumidor mais informado e crítico.
Nessa nova aquisição de comportamento, a jornada de compra desse consumidor torna-se mais extensa, passando pelos processos de consideração, avaliação do produto, compra, uso, critica (onde irá falar bem ou mal do produto/serviço) e vínculo pós compra. Tais características nos permitem analisar as mudanças sofridas no mercado atual, como o relacionamento entre empresa e consumidor. Nesse novo modelo, o consumidor procura cada vez mais o reconhecimento e personalização em cada ponto de venda da marca. Os canais de comunicação precisam ser customizados com conteúdos relevantes para cada cliente, criando experiências individuais.
Antes a venda acabava no momento da compra, agora é necessário se destacar diante a vasta concorrência e fazer com que o cliente fale bem da marca e, logicamente, retorne e indique para o seu círculo nas redes sociais. Antes o individuo compartilhava a sua experiência de compra com amizades do seu entorno. Agora, com as redes sociais, essa experiência é compartilhada em massa e em tempo real. Esse conteúdo será compartilhado não apenas com as pessoas mais próximas, mas será comentado por amigos de amigos desse indivíduo, tendo alcance maior do que o boca a boca tradicional. Vemos isso quando o usuário adquiriu algum produto ou serviço e comenta sobre o mesmo no perfil da empresa ou no seu próprio perfil, influenciando outras pessoas no processo de compra. Dessa forma, a marca fica mais exposta e precisa estar atenta ao que os seus clientes estão falando dela, pois no espaço online a propagação é muito mais rápida e expansiva do que no offline.
Todo tipo de posicionamento da marca está sendo avaliada pelos seus consumidores em tempo real. Os tipos de campanhas adotadas, a forma como ela fala com o consumidor, a transparência, como trata os seus funcionários, os pronunciamentos dos diretores e gerentes da empresa em rede pública, e também os comportamentos desses lideres fora do ambiente de trabalho. Nesse contexto podemos citar inúmeros exemplos onde grandes marcas enfrentaram problemas com os seus produtos e serviços, colocando em risco a reputação de suas marcas. Temos o caso da Unilever com o suco Ades, que chegou a ser proibida pela Anvisa, após apresentar lotes contaminados com solução de limpeza. A marca italiana Barilla, quando o diretor da empresa fez um pronunciamento dizendo que era contra os gays estrelando publicidades da marca, a Brastemp com a repercussão do vídeo de um consumidor insatisfeito pelo produto adquirido. Esses problemas atualmente têm repercussão internacional nas mídias e redes sociais e vão impactando o brand equity da marca.
Nesse novo cenário, para as marcas, passa a valer mais o ‘perceber e responder’ do que apenas o ‘produzir e vender’, procurando satisfazer o cliente não apenas com o produto ou serviço em si, mas com todos os pontos de contato da marca (RH, campanhas, pontos de vendas, atendimentos em todos os canais, comportamento, treinamento, ações de responsabilidade social).
Cada vez mais esses pontos precisam estar muito bem alinhados e consistentes, e torna-se fundamental, por parte da empresa, a busca por um propósito, para cativar e chamar a atenção do consumidor. Por isso muitas marcas vem se apropriando de slogans que representem o propósito da marca, é o caso da marca de cosméticos Lush, com o brand mantra ‘Cosméticos frescos feitos a mão’, sendo contra o uso de qualquer tipo de ingrediente tóxico e que maltrate os animais.
As empresas estão aprendendo a lhe dar com esse novo contexto. Precisam construir narrativas na mídia online e offline para se comunicar com o seu consumidor da maneira mais personalizada possível. As estruturas de mídias e redes sociais, também apresentam pontos positivos para tal construção. As divulgações das campanhas ficaram mais segmentadas e baratas graças à mídia programática, isso também, pode ser aplicado no modelo offline, onde pode ser feito proveito dos dados coletados de cada cliente para atingir o público alvo em ações nos pontos de venda, por exemplo.
Tanto as mídias quanto as redes sociais tornaram o relacionamento entre cliente e empresa mais íntimo, pois ambos têm acesso livre a todas as informações necessárias. Entre outros pontos abordados em questão, podemos falar da facilidade que as mídias e redes sociais trouxeram para possibilitar novos modelos de negócios, como o caso dos influenciadores de mídia. Hoje graças a essas tecnologias, qualquer um pode criar um modelo de e-commerce com baixo investimento, por outro lado temos o crescimento de novos concorrentes, uma vez que devido a tais facilidades, as pessoas estão cada vez mais se aventurando e tornando-se micro-empreendedores.
REFERÊNCIAS:
ANGELIM, Rogério. A reputação da marca e os desafios das empresas perante o novo consumidor brasileiro. 2010. Disponível em: <https://issuu.com/rogerioangelim/docs/01_artigo_a_reputa__o_da_marca_e_os_desafios_das_e>. Acesso em: 21 nov. 2017.
ROCHA NETO, Manoel; BARRETO, Laís Karla da Silva; SOUZA, Lieda Amaral de. As mídias sociais digitais como ferramentas de comunicação e marketing na contemporaneidade. 2015. Disponível em: <https://repositorio.unp.br/index.php/quipus/article/view/1273>. Acesso em: 21 nov. 2017.